Quem sabe este Natal seja uma oportunidade para resgatar um pouco do encanto perdido. Não com devaneios sobre a festa (ou a vida) ideal, mas cultivando uma serena abertura para o “clima” dessa época especial, vivenciando-a com gratidão.
Quem sabe a singeleza dos antigos Natais guarde um ensinamento a todos nós. Pois a magia e a alegria do Natal não dependem dos objetos que se pode adquirir, tampouco da sofisticação das iguarias em uma mesa, da quantidade de pessoas reunidas ou de qualquer outro aspecto exterior. A imagem do nascimento de um Messias marcado pela passagem de um cometa, a estrela-guia, porta uma mensagem que fala ao eu mais profundo do ser humano, chamando à introspecção. A ideia de um Amor Universal que a tudo abraça e conduz ao desenvolvimento, fornecendo luz e calor como uma grande estrela na escuridão, aquece os corações e inspira a procura de conexão com o sagrado.
Leia mais no livrete“Reflexões sobre o Natal”, que também pode ser compartilhado como uma lembrança de fim de ano:
“Já existiu algum inventor que descobrisse algo, sem antes estudar minuciosamente as leis da natureza, adaptando-se a elas cuidadosamente?
Nenhum processo técnico, por exemplo, pode desenvolver-se sem que o ser humano se oriente exatamente pelas leis inamovíveis da natureza.”
Roselis von Sass, Fios do destino determinam a vida humana.
Em nosso contexto, é raro haver silêncio interno e externo. Internamente, cada um está com a mente repleta de palavras: um fluxo incessante de pensamentos, que dificultam perceber o significado essencial. Ao mesmo tempo, não abrimos espaço para ouvir: mal escutamos o que vem de fora, especialmente se não confirmarmos nossas ideias, logo pensando em como defender a própria visão. Assim, a palavra frequentemente confunde e separa, em vez de servir de ponte para uma comunicação autêntica.
"Tentar subir às alturas sem fazer pontes firmes é como ver um filme avançando sempre as partes menos importantes no anseio de se chegar ao fim. Quando se vê, no descuido do afã, perdeu-se sem querer a própria história, com suas pequenas e entretecidas ligaduras.
Uma teia de costura falha, só no alinhavo, com pontos longos e distantes que, ao menor sacolejo, se rompe inutilmente."
Caroline Derschner