“Mesmo na luta entre os animais só existem bênçãos, nenhuma crueldade.
Basta que se observe bem qualquer animal. Tomemos, por exemplo, o cão. Quanto mais atenciosamente for tratado tal cão, tanto mais comodista se tornará, mais preguiçoso. Se um cão vive na sala de trabalho de seu dono e este atenta, cuidadosamente, para que o animal jamais seja pisado, ou apenas empurrado, mesmo que se deite em lugares onde constantemente esteja em perigo de poder ser machucado sem intenção, como junto à porta, etc., isso redunda apenas em prejuízo do animal.
Em bem pouco tempo o cão perderá sua própria vigilância. Pessoas ‘de bom coração’ dizem, atenuando ‘afetivamente’, talvez até comovidas, que com isso ele mostra uma ‘confiança’ indizível! Sabe que ninguém o machucará! Na realidade, porém, nada mais é do que uma grave diminuição da capacidade de ‘vigilância’, um acentuado retrocesso da atividade anímica.
Se, no entanto, um animal tem de estar constantemente alerta e em prontidão de defesa, ele não somente se torna e permanece animicamente vigilante, mas progredirá continuamente em inteligência, lucrando de toda maneira. Permanecerá vivo em todos os sentidos. E isso é progresso! Assim se dá em relação a cada criatura! Do contrário sucumbe, pois também o corpo enfraquece nesse caso pouco a pouco, tornando-se mais facilmente acessível às doenças, não tendo mais nenhuma capacidade para resistir.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal