“Sol, rogamos-te, ensina-nos a reconhecer
quem te criou e de que maneira nos criou.
Traze-nos mensagens do nosso Senhor,
torna claros os corações escuros.
Sol, ó brilho do eterno Deus,
reflexo da maravilha no Seu trono.
Sol, saudamos-te,
Sol, agradecemos-te,
Sol, rogamos-te:
Mostra-nos Deus!
Houve silêncio solene depois de os rapazes terem cantado todos os versos. As últimas
palavras soavam como jubilosas súplicas, a cujo encanto ninguém podia evitar. Antes que a
profunda impressão pudesse atenuar-se, Chu-en-Aton tomou a palavra.
Parecia magnífico: nunca os tebanos tinham visto como era belo seu monarca. Estava
envolto de dignidade e irradiava esplendor. A imagem do Sol em seu peito fulgurava,
acompanhando todos os seus movimentos. Começou então:
— Sim, Aton, nós te pedimos: mostra-nos Deus! Há muito tempo andamos como cegos pelo
mundo. Há muito esquecemos de procurar a Deus, e encontramos como substitutos deuses que
são apenas servos de Deus.”