Organizar, em essência, deveria ter como objetivo restaurar o equilíbrio entre as pessoas, seus pertences e a casa onde moram”, diz a especialista em organização Marie Kondo. Como é bom sentir-se acolhido no próprio ambiente! É certo que cada um tem suas necessidades e limites em relação à organização, mas todos podemos cultivar um espaço de aconchego, que abastece a alma com novas energias.
Libertar-se de objetos que não fazem mais sentido parece abrir novos espaços, não apenas no armário, mas também internamente. Há quem diga que organizar um cômodo cria a sensação de calma e controle. A ideia é interessante; contudo, o excesso também pode se converter em prisão: você é dono do espaço ou ele é quem dita as normas? Perder-se das coisas mais relevantes por ficar fixado na posição dos objetos, no minimalismo, ou em quaisquer outras tendências, pode trazer peso em vez de gerar uma leveza.
“— Já pensaste, Jean, que todas as riquezas amontoadas por um ser humano terão, por fim, de ficar na Terra? Saímos da Terra da mesma forma como viemos. Sem nada. Completamente nus. Tobias olhou pensativamente para dentro de seu copo de vinho. A vida humana era, pois, um mistério incompreensível.”
Roselis von Sass, África e seus Mistérios