O mês de dezembro sempre se revestiu de um encanto especial, desde minha infância, mas hoje os sentimentos parecem tão nostálgicos, tão diferentes... Um amigo me disse que essa é a época da melancolia na cidade, que é preciso tomar cuidado com os ânimos depressivos. Interessante como coexistem movimentos aparentemente tão ambíguos: a agitação das festas de fim de ano, a correria dos preparativos e finalizações, a expectativa de férias, diversão, comidas, bebidas e encontros, e por outro lado uma teimosa sensação de isolamento, de ausência de sentido, de vazio.
Vez por outra tenho percebido essa conotação melancólica nas pessoas e em mim mesma. Parece haver uma dificuldade geral de se encantar com a vida, de sentir espontânea alegria – como era natural na infância. E o Natal parece trazer essa constatação com maior intensidade.
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