Mergulho em tempo


Mergulhamos num tempo que não se move. O tempo é. Nós passamos por ele em busca da grande colheita de experiências. Muitas vezes, por estarmos distraídos em abstrações passadas ou futuras, nós nos afastamos da experiência – nos perdemos da maturação do rabanete.
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O VAGA-LUME - EDIÇÃO 68


Ora ele parece curto, ora comprido. Mas nunca encolhe nem estica. O tempo fica parado, e somos nós que nos movemos. O tempo das obrigações nos pressiona do lado de fora, enquanto por dentro funcionamos em outro ritmo. A maturação interior precisa dos mergulhos na concretude do presente, mergulhos na textura da folha e nos cheiros da terra, mergulhos no tocar e ser tocado pela vida. Amarrados em burocracias e dificuldades – a maioria delas arquitetadas por nossas escolhas anteriores –, sentimos o tempo acorrentado. A densidade de tudo o que nos cerca torna o experimentar menos fluido e mais pesado.

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