“De repente começou a cair uma garoazinha bem fina. Respirei fundo.
‘O aroma das plantas molhadas pela chuva é uma verdadeira delícia’, disse eu rindo, esfregando meu rosto com uma folha, para que ficasse totalmente molhado.
A garoa logo acabou, e continuamos caminhando até um lago maior, que parecia pertencer exclusivamente aos animais. Tantos animais diferentes alegram-se com sua vida nesse lago, que não podiam passar despercebidos. Vários animais peludos, para mim desconhecidos, nadavam entre as grandes e incontáveis aves aquáticas, de um lado para o outro. De vez em quando mergulhavam, aproximando-se dos muitos pequenos habitantes aquáticos, que nunca subiam à tona d’água. No lago havia também algumas pequenas ilhas, que, aparentemente, serviam de lugares de nidificação.
Afarus, que havia se adiantado um pouco, chegou até um pântano, onde um bando de animais, novos e velhos, se divertiam. Ele julgou que fossem porcos selvagens.
‘Existe aqui uma espécie que se parece com porcos selvagens. São animais grunhidores, mas não são porcos selvagens’, explicou Licos, ao vê-los. Era exatamente a hora em que o Sol estava no ponto mais alto, e seus raios tocavam a Terra com forte calor.
‘Aqui a natureza, por toda a parte, é tão maravilhosamente bela, que se pode pensar que ela está em festa’, disse eu, com os olhos cheios de lágrimas.”
Roselis von Sass, O Nascimento da Terra