“Refleti, como poderia a ciência, tão arduamente aprendida, levar à divindade? Que é o saber, na realidade? Saber é o que o cérebro pode compreender. Quão restrita e limitada é, contudo, a capacidade de compreensão do cérebro, que tem de continuar ligado firmemente ao espaço e ao tempo. Já a eternidade e o sentido do infinito não consegue um cérebro humano abranger. Exatamente isso, que se acha ligado inseparavelmente à divindade. Silencioso, porém, permanece o cérebro, diante dessa força inapreensível que interpenetra tudo o que existe e da qual ele próprio haure sua atividade. A força que todos sentem dia após dia, hora após hora, cada momento, como algo evidente, que a própria ciência sempre reconhece existir, e que com o cérebro, portanto, com o saber e o raciocínio, se procura em vão alcançar e aprender.
Assim, pois, é incompleta a atividade de um cérebro, essa pedra fundamental e instrumento da ciência; e essa limitação se faz sentir logicamente também através das obras que constrói, isto é, através de todas as ciências. Por conseguinte, a ciência é útil como complemento, para uma compreensão melhor, para subdividir e classificar tudo quanto ela recebe pronto da força criadora precedente, tendo porém que malograr incondicionalmente, se pretender se arrogar a guia ou crítica, enquanto se prender, como até agora, tão firmemente ao raciocínio, isto é, à faculdade de compreensão do cérebro.”
Abdruschin, Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal