“Bildad deixou as crianças falarem, quando chegaram à aula no primeiro dia. Ele quis saber como tinham passado os dias de festa. Ao final perguntou-lhes se ainda queriam mais dias livres… A resposta foi um uníssono 'Não'.
— Por que não? perguntou ele.
As respostas à pergunta dele tinham todas o mesmo sentido.
—Fico sempre cansado quando nada tenho a fazer!… Os dias de festa passam muito mais lentos do que os dias de trabalho!… Os dias sem trabalho e sem aulas parecem-me muito mais compridos… Já somos grandes demais para não fazer nada o dia todo, ou para brincar apenas!…
Bildad, intimamente, alegrou-se ao ouvir essas respostas e outras semelhantes. Não se enganara a respeito das crianças. Já hoje se manifestavam nelas espíritos vigilantes e ativos.
— Estou de pleno acordo com vossa opinião. Uma ociosidade prolongada apenas cansa. Sem trabalho, a vida parece parar. Extingue-se como a brasa sob as cinzas. Depois dessas palavras, Bildad explicou às crianças, com palavras simples, que a natureza se encontra em constante atividade.
— O pulso da vida, que mantém em movimento tudo o que foi criado pelo Criador, não permite descanso, o qual equivale a uma paralisação. Dentro de nós pulsa a mesma energia de vida como nos astros, plantas e animais. Sentimo-nos mais alegres e sadios quando trabalhamos e fazemos algo de útil!"
Roselis von Sass, Sabá, O País das Mil Fragrâncias